terça-feira, 13 de novembro de 2007

Intervenção Vereador Baptista Alves - Centro Histórico - I

A partir de hoje e até final da semana iremos publicar a intervenção do Vereador da CDU, Baptista Alves, no debate sobre o Centro Histórico de Sintra.

Seis anos passados sobre as lutas por nós, CDU, iniciadas contra o projecto de destruição da Volta do Duche e a sua transformação num Parque de Estacionamento Automóvel com tal impacto na paisagem - que nem a assinatura de Fernando Távora não logrou suavizar; A seis anos da luta que contou com o apoio activo de largas camadas da população sintrense e foi por isso transformada em bandeira das campanhas eleitorais de várias forças políticas incluindo a coligação PSD/CDS-PP que desde então tem governado a Câmara; forçoso se torna saber o que foi feito no nosso Concelho em particular no Centro Histórico de Sintra e sua envolvente próxima.
A derrota do Partido Socialista e da sua prática política de betonização do Concelho, naquele acto eleitoral no final de 2001 coincide com o início do período de arrefecimento do mercado da habitação, que de certo modo ainda estamos a viver, o que criou condições excepcionais para aplicação de políticas urbanísticas polarizadas na preservação e recuperação do edificado em particular a recuperação dos Centros Históricos. Esperar-se-ia então legitimamente que o Centro Histórico de Sintra e os núcleos adjacentes vissem finalmente concretizados um conjunto de promessas e expectativas, algumas vertidas em propostas desenvolvidas ao longo do tempo, outros apenas sonhadas por quantos amam Sintra e viram na classificação como Património da Humanidade uma porta para a sua concretização. A realidade aí está - como prova da oportunidade perdida - a fazer saltar para a ordem do dia os problemas velhos e as velhas soluções, estas enfeitadas por vezes de alguma modernidade enganosa.
Estou a referir-me aos problemas do estacionamento e às propostas para a construção de um silo automóvel no Vale da Raposa e/ou no Rio do Porto; aos problemas do alojamento e à construção duma grande unidade hoteleira em S. Pedro e/ou na Ribeira de Sintra etc. etc. Para já não falar no problema da degradação dos edifícios e da criação da SRU de Sintra de que já não se ouve falar há tempos...e ainda bem.
Os problemas são reais, existem e têm que ser resolvidos. O adiamento da sua resolução encoraja o reaparecimento de propostas já derrotadas por inaceitáveis à luz da prevalência dos critérios de defesa do nosso património colectivo. É nossa convicção, apoiada aliás nas recomendações da UNESCO para o CHS, que as carências estruturais do tipo das referidas devem ter soluções integradas e pensadas com implementação dominante fora da zona classificada (fora da zona tampão).
Não é este o entendimento do actual vereador do Turismo que insiste no apoio a soluções como as propostas para a antiga Albergaria Bristol, a Quinta da Gandarinha e a Quinta de St.ª Teresa em S. Pedro com aumentos brutais das áreas de construção, a nosso ver, em flagrante desrespeito do PU de Sintra (Plano Groer).
A CDU Sintra acompanha com preocupação a evolução da situação e tem intervido sempre que necessário na defesa dos valores que considera essenciais à manutenção da classificação de Sintra como Património Mundial e são parte integrante do nosso património colectivo.